Fazendo uma revisão geral em 2010 pude relembrar os treinamentos, treinandos, transformações, acontecimentos, minha vida no geral. Pude refletir sobre o ano de 2009 e tudo aquilo que aconteceu ao meu redor como conquistas (muitas), mudanças (tantas), uniões, dedicação e também conflitos nos relacionamentos, disputas por impor verdades cuja frase “ser feliz ou ter razão” perde sentido. Talvez estejamos acostumados a dar valor às coisas quando estão num certo contexto, estamos sendo treinados pela mídia para isso, e quando nos deparamos com uma obra de arte sem moldura, um artefato de luxo sem etiqueta de grife, simplesmente menosprezamos.
Parece que alguns valores estão invertidos, critérios confusos e uma busca incessante, desenfreada, desbussolada e inconsistente pela felicidade que faz atropelar valores, cegando aquilo que realmente procuramos. Pura inflexibilidade, imaturidade, santa insanidade.
Exigimos mudanças e criticamos comportamentos, atitudes e decisões dos outros, somos intransigentes, censores e facínoras pelas falhas alheias, impossibilitamos o perdão e presenteamos com desdém os diferentes daquilo que queremos que sejam. Odiamos olhar para dentro de nós e não aceitamos o espelho que reflete a nossa alma. Condenamos o diferente e executamos implacavelmente penas incondicionais.
Coitado de nós, pois somos cárceres dos nossos julgamentos, prisioneiros acorrentados das nossas crédulas verdades. Mapa não é território, um conceito verbalizado como pó ao vento. Neste mundo insano e materialista, Ser feliz passou a ser uma propaganda enganosa, ter razão sem negociação é brinde exigido na compra de aplausos.
Vejo novela da Globo plagiar com uma riqueza de detalhes o meu mundo.Vou cobrar direitos autorais. Eu estou surtando, vivo uma busca fantasiosa de um mundo melhor? Não, eu faço parte deste jogo maluco, minha lucidez grita, sou normal. Minha loucura grita: mude de mundo! É, se eu sou normal, devo ser louco. Chato, fascinante? Pronto, é isso.
Quantas situações acontecem em nossas vidas, únicas, singulares e não damos importância devida porque não vêm com a etiqueta de preço. Serei eu, cego? Só eu?
Afinal, o que tem valor real para nós, independentemente de marcas, preços e grifes?
Como sempre, uma boa pergunta.
É aquilo que o mercado diz que podemos ter, sentir, vestir ou ser?
Responda essa com franqueza! Verbalmente digo que não, mas aquelas vozes tagarelas que finjo não ouvir?
Não entendi. Ainda bem que somente eu as escuto e ninguém percebe!
Será que os nossos sentimentos e a nossa apreciação de beleza são manipulados? Será que estamos valorizando somente aquilo que está com etiqueta e exposto em vitrine do marketing de consumo?
Sonhar em ser Daslu, mas agir como Daspu. Ser ou não ser, eis a questão como dizia o poeta! Sabe o comercial do cartão de crédito, que depois de mostrar vários itens, com seus respectivos preços, mostra uma cena de afeto, de alegria de carinho, de um momento especial e informa: tal coisa não tem preço.
E é isso que precisamos aprender a valorizar, o ser humano como essência. Pensamento insano, irreal? Aquilo que não tem preço, porque não se compra.
Não se compra a amizade, o amor, a afeição, a confiança, o respeito, a credibilidade, a honra. Não se compra carinho, dedicação, sorrisos, abraços e beijos.
O filho que corre espontâneo ao nosso encontro e se pendura em nosso pescoço, não tem preço. O colar que a criança faz, contornando o nosso pescoço com os braços não está à venda em nenhuma joalheria. O calor da compreensão vai além das desculpas, nos abraça como uma corda firme que nos tira do buraco.
A alegria de encontrar amigos, as risadas espontâneas e a satisfação de ser querido não se encomendam por televendas. A felicidade não está nas casas Bahia, em 18 vezes sem acréscimo. A compreensão, a flexibilidade e o aperto de mão sincero não estão em promoção, expostos nos sites de magazines nas ofertas de oportunidades sem juros.
Pense nisso e aproveite tudo que está ao seu alcance, sem preço, sem patente registrada, sem etiqueta de grife. Aproveite momentos que a vida oferta intensamente, entendendo que sempre a manifestação do carinho é única, extraordinária, especial e faz à diferença, o sorriso e alegria nos olhos não têm preço e abraço pré-datado, não existe.
Recentemente um grupo de dimensionados (abraçar) doou o bem mais precioso, o tempo, para ampliar segundos de esperanças a vidas desconhecidas. Isso não tem preço. Aplausos......
Podemos seguir o exemplo e doar tempo para os conhecidos enquanto temos tempo, não? Eu sei o que fazer com o meu tempo, mas segue uma opinião, fique atento a tudo que o cerca, seja feliz hoje, enquanto o dia sorri, porque o amanhã é incerto. Isso talvez seja o efeito Fênix, sei lá, porém descobri que não quero ser normal e, na medida que eu posso, escolho ser feliz e compreender que eu já tenho a minha razão.
Sei lá tb....eu fico lá...fazendo o que eu faço e pensando..."É só dinheiro"...Sei lá...
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